MaaS: o futuro da mobilidade chegou (e encontra-se nas mãos dos passageiros)

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Atualmente, a sociedade vive o período da 4ª revolução industrial caracterizado pelo avanço da tecnologia que provoca constantes transformações de mercado - o que alavanca as empresas inovadoras, mas coloca em risco a sobrevivência dos negócios estagnados. Neste contexto, as lacunas presentes nos serviços dos transportes públicos contribuíram para o crescimento de fornecedores privados de mobilidade. Segundo informações divulgadas pela consultoria Deloitte, os aplicativos estão conquistando cada vez mais os passageiros. Em 2014, o modelo de carro compartilhado contava com uma média de 5 milhões de adeptos. Entretanto, ao longo de quatro anos projeta-se um aumento para 23 milhões de usuários.

Ao analisar o histórico de evolução da mobilidade, é possível identificar que o futuro deste setor trata-se da integração de todas as plataformas de transportes - públicos e privados - em prol da disponibilização de uma jornada personalizada aos passageiros. “O sistema de venda e compra aprimorou-se a partir das mudanças sociais no qual deixou de seguir as regras das companhias e consequentemente empoderou os consumidores. Logo, a aquisição de um serviço ou produto segue um simples caminho: desejar, clicar e consumir. Por sua vez, o nicho dos transportes também foi impactado sendo que as pessoas priorizam um modelo de funcionamento que atenda as reais necessidades de cada uma. A iniciativa de unir o trabalho de ônibus, metrôs, trens, apps e afins é uma questão de aproveitar uma oportunidade mercadológica benéfica às partes envolvidas”, afirma Paulo Tavares, CEO da Transdata.

Na prática, a possibilidade de integração dos modais já concretizou-se em certos países ao redor do mundo tais como Finlândia e Inglaterra sob o nome de Mobility as a Service (MaaS). Em tradução livre, a mobilidade como serviço é uma funcionalidade inteligente que insere os passageiros no centro dos processos a fim de identificar em tempo real as melhores alternativas de trajetos de acordo com as preferências pessoais. A plataforma digital também inclui serviços de entregas. “O recurso que atua com base em atividades de big data e cloud computing precisa apenas de um único dispositivo para reservar as viagens, emitir os bilhetes e finalizar o pagamento sendo útil em diferentes cidades. Portanto, não há a necessidade do usuário ter que trocar de aplicativo quando estiver fora da zona de costume”, explica o CEO.

Quando o assunto são os benefícios do MaaS, encontram-se os seguintes fatores: amenização do congestionamento devido à redução de veículos nas vias, diminuição dos acidentes de trânsito, otimização da qualidade do ar e eliminação do período de espera de transportes como o táxi à espera de um cliente. Outro ponto positivo da inovação é o investimento que passa de um custo geral para um pagamento por viagem ou taxa mensal levando em consideração uma distância específica. “Entre as condições necessárias para a ocorrência da funcionalidade está a inserção dos smartphones em redes 3G/4G/5G, estruturas de altos níveis de conectividade para wi-fis e eficiência na segurança no armazenamento de dados. Então, é imprescindível a ação conjunta das transportadoras, telecomunicações, governo e transportes privados. Mas, o esforço nesta nova abordagem vale muito à pena. Uma boa experiência de uso ao passageiro é a chance de disrupção que os transportes tanto esperavam para uma conexão de caminhos capaz de fazer a diferença na mobilidade”, pontua o especialista.

Andriei Galdini